Doenças Oftalmológicas
Nesta seção do Site temos diversos "mini-artigos" interativos que explicam sobre as principais doenças dos olhos de maneira simples em estilo "pergunta e resposta" escritos pelo Dr. Lucca Ortolan Hansen - Médico Oftalmologista da USP.
Clique abaixo para ir direto para um tema de seu interesse:
Descolamento do Vítreo Posterior
Descolamento de Retina e Rasgos de Retina
Anel intraestromal para Ceratocone
Fechamento Ângular Agudo e Risco de Fechamento Angular - Iridotomia à Yag Laser.
Presbiopia (dificuldade de enxergar para perto)
Erros Refrativos (Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo)
Miopia Degenerativa (alta miopia)
Glaucoma Primário e Glaucoma Secundário (ângulo aberto e ângulo fechado)
Saúde dos Olhos e Prevenção de Doenças
Importância do uso de Óculos Escuros
Retinopatia Diabética Não Proliferativa e Proliferativa
Panfotocoagulação da Retina para RDP
Descolamento de Retina Tracional
Blefarite - Oleosidade dos Cílios
O que é a blefarite?
A blefarite é a inflamação das pálpebras causada pelo excesso de oleosidade e proliferação bacteriana.
O que a blefarite causa?
A blefarite é uma causa comum de terçol (hordéolo - espécie de bolinha dolorosa - um abcesso inflamado na pálpebra que pode drenar pús), calázio (bolinha indolor na pálpebra, persistente), olho seco, secreção crônica e coceira nos olhos.
Quais as causas de blefarite?
Idade, fatores ambientais e pessoais, hormonais, bacteriana, por ácaro de pele (demodex folliculorum) e outras.
Quais os sintomas da blefarite?
Coceira, secreção, pálpebras avermelhadas, "caspinhas nos cílios", olho seco, olho vermelho crônico, sensação de olhos grudados e "remela" (secreção amarelada/purulenta seca) pela manhã. É causa de terçol (hordéolo) e de calázios, que podem recorrer.
Como tratar a blefarite?
Limpeza dos cílios (higiene), compressas mornas, antibióticos, expressão das glândulas de meibomius no consultório, Lipiflow e Luz Intensa Pulsada (IPL).
Leia mais no nosso artigo completo e saber dicas para tratar sua blefarite.
Olho Seco
O que é Olho Seco?
Ressecamento do olho que causa sintomas. Veja o vídeo de uma entrevista com o dr. Lucca Ortolan sobre olho seco.
Quais as causas de olho seco?
Evaporativa, exposição devido lagoftalmo/cirurgia de pálpebras/queda da pálpebra inferior, deficiência da camada lipídica (meibomite, blefarite), auto-imune (Sd. de Sjogren), medicamentosa, baixa humidade, uso de ar-condicionado/ventilador e altas temperaturas (vídeo aqui).
Quais os sintomas do olho seco?
Ardência, alteração visão que melhora ao piscar, irritação, olho vermelho.
Como diagnosticar olho seco?
Exame na Lâmpada de Fenda no consultório, exame com colírios especiais (fluoresceína, rosa bengala, verde lissamina), meibografia, avaliação do break up time, teste de Schirmer.
Como tratar o olho seco?
Colírios lubrificantes sem conservantes, Lipiflow, Luz Intensa Pulsada, limpeza de cílios, compressas mornas, colírios com medicamentos.
Como cuidar da saúde de seus olhos?
Como prevenir doenças oftalmológicas?
Viver uma vida saudável, praticar exercícios, se alimentar bem, passar por consulta oftalmológica anual, realizar exames oftalmológicos de check up após os 40 anos de idade, evitar o fumo e o etilismo.
Quais as situações de maior risco pessoal para perda visual?
Aumento progressivo do grau, grau instável, aumento súbito do grau, piora de visão súbita, manchas na visão (moscas volantes novas), olho seco, alta miopia (> -4,50 graus), alto astigmatismo (>-3,00 graus), diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), doenças renais crônicas, doenças hematológicas e mais.
Quando o histórico familiar indica risco de perda visual?
Histórico familiar positivo para: Glaucoma, Maculopatia (DMRI e outras), Retinopatias Hereditárias, DMRI, Descolamento de Retina, Alta Miopia, Perda Visual, Ceratocone.
É especialmente relevante nos parentes de 1º ou 2º grau.
O que fazer?
Indica-se a rotineira avaliação anual com médico oftalmologista para todos.
Agende sua consulta na Ortolan Oftalmologia clicando aqui.
Pintas (manchas) nos olhos e na retina.
Manchas na Íris e no Fundo de Olho devem ser acompanhadas?
É importante o acompanhamento de lesões que apareçam na íris, no fundo de olho ou nas pálpebras.
A maioria das lesões são benignas e não causarão problemas ou crescerão durante a vida do paciente.
Saiba mais em nosso artigo completo.
Qual o risco das lesões pigmentadas de Íris e de Coróide?
Algumas lesões pigmentadas, especialmente aquelas com fatores de risco aumentados tem chance de evolução para melanoma de pele, melanoma de íris ou melanoma de coróide.
Qual o nome dado para as manchas pigmentadas?
O termo técnico utilizado é nevus (para uma mancha pigmentada) ou nevii (para diversas manchas pigmentadas).
Como prevenir o melanoma dos olhos?
Avaliação anual com médico oftalmologista e fotografia das lesões para acompanhamento.
Descolamento do Vítreo Posterior
O que é o descolamento do vítreo?
O descolamento de vítreo posterior (DVP) é um processo natural do envelhecimento que ocorre após os 40-60 anos e é caracterizado pela separação do vítreo da retina.
Quais os sintomas?
O DVP causa o causa o aparecimento de moscas volantes, mancha central na visão e/ou alteração da qualidade de visão.
Os sintomas melhoram?
A maioria dos pacientes relata melhora importante dos sintomas após 30-60 dias, com a vasta maioria referindo melhora importante em 6 meses.
Isto se dá devido à neuroadaptação e remodelação do vítreo.
Porquê acontece?
O DVP ocorre devido o envelhecimento do vítreo (gel interno do olho), que causa progressiva liquefação deste ( o vítreo se torna líquido, com aparecimento de cavidades internas).
O que fazer na suspeita de DVP?
Todo paciente com suspeita de DVP deve ser avaliado por médico oftalmologista para se certificar de que não há rasgaduras na retina ou descolamento de retina associado.
Na maioria dos pacientes o DVP acontecerá sem maiores repercussões ao olho, porém uma parcela dos pacientes pode ter uma rasgadura de retina no momento do DVP - no centro da visão causando o buraco de mácula, ou na periferia - causando risco elevado de descolamento de retina.
Ceratocone
O que é o Ceratocone?
É um caso no qual há perda de visão devido o encurvamento e afinamento da primeira lente do olho - a córnea.
Geralmente atinge primeiro um olho e depois o outro.
Quais os sintomas do ceratocone?
No início é assintomático, depois causa visão progressivamente mais embaçada de um dos olhos em relação ao outro.
Geralmente o paciente tem sintomas de coceira, alergia nos olhos e coça os olhos com vigor.
Como diagnosticar o Ceratocone?
Deve-se avaliar a córnea do paciente com exames especiais: topografia de córnea (ceratoscopia), paquimetria (medida da espessura da córnea), tomografia de córnea (Pentacam, Galilei ou similar).
Nos casos severos de Ceratocone como da foto acima é possível diagnosticar a doença ao olho nú (sinal de Munson).
Quais os fatores de risco para ceratocone?
Antecedente familiar para ceratocone, astigmatismo elevado, aumento súbito do astigmatismo, astigmatismo muito maior em um dos olhos, hábito de coçar os olhos, alergias oculares.
O que fazer no ceratocone progressivo?
Para os pacientes que apresentam ceratocone que piora ao longo do tempo (progressivo) deve ser indicado o tratamento com CROSSLINKING CORNEANO.
Este moderno e inovador tratamento permite a estabilização da doença e evita a piora da doença com perda de visão continuada.
Casos não tratados e progressivos podem evoluir para necessidade de transplante de córnea.
Como melhorar a visão no Ceratocone?
Adaptação de lentes de contato especiais para ceratocone: Ceratogel, Rígidas Gás-Permeáveis ou as modernas lentes Esclerais que permitem maior conforto e visão.
Para quem não se adapta às lentes de contato: deve ser avaliada a possibilidade de cirurgia de implante de anel intraestromal com LASER.
Para os casos severos: deve ser indicado o transplante de córnea (anterior "DALK" ou penetrante total).
Implante de Anel Intraestromal para Ceratocone com assistência de laser Femtossegundo.
O que é o implante de Segmento de Anel Intraestromal para Ceratocone?
Tratamento moderno que possibilita a melhora da curvatura da córnea e do astigmatismo irregular, com potencial de melhora da visão e melhor adaptação aos óculos ou lentes de contato.
Como é feito o implante de anel para Ceratocone?
Após um estudo do caso pode ser realizado este tratamento com assistência de laser especial (femtossegundo) que cria um espaço dentro da córnea para o implante do segmento de anel.
Cada caso é planejado de acordo com a tomografia de córnea do paciente (pentacam ou galilei).
Esta imagem é de um paciente operado pelo dr. Lucca Ortolan Hansen.
Quais as principais marcas de anel?
Keraring e Anel de Ferrara.
Como é a cirurgia?
Procedimento rápido que dura entre 30-50 minutos, realizado com anestesia local apenas e que é eficaz para a maioria dos pacientes.
Esta cirurgia pode ser associada ao tratamento Crosslinking no mesmo procedimento.
Pode ainda ser realizada após 4-6 meses do Crosslinking.
Hemorragia Vítrea
O que é a Hemorragia Vítrea?
A Hemorragia Vítrea (HV) é uma situação na qual há sangramento dentro do olho do paciente (oculto ao olho nú).
Como diagnosticar a Hemorragia Vítrea?
Com o exame de fundo de olho (fundoscopia, mapeamento de retina ou retinografia).
Nos casos em que não é possível ver o fundo de olho, indica-se a realização de Ultrassonografia do Olho.
Quais os sintomas da Hemorragia Vítrea?
Perda de visão rápida e súbita.
Geralmente é descrita pelo paciente como grande mancha escura que se movimenta de acordo o posicionamento dos olhos e da cabeça. Sensação de ver "vultos/sombras escurecidos(as)".
É muito mais comum em pacientes diabéticos (diabetes tipo 1, ou tipo 2 de longa data). Pode ocorrer no diabético bem controlado ou mal controlado.
Pode ocorrer no macroaneurisma de retina e em outras patologias com neovascularização.
Como se trata?
Ingestão de Líquidos: recomenda-se tomar rmais água (2-3 litros ao mínimo) para assim ajudar na diluição do sangue do fundo do olho e melhorar a visão.
Panfotocoagulação da Retina quando for possível visualizar a retina: na diabetes proliferativa geralmente é recomendável realizar a PFC (panfotocoagulação) para reduzir o risco de ressangramento.
Vitrectomia Posterior: nos casos que não melhoram em até seis meses, ou que tem descolamento de retina tracional (DRT) associado (foto acima mostra imagem de HV associada à DRT na doença de Von Hippel Lindau) que ameaça a mácula é indicada realização de vitrectomia posterior - cirurgia de retina especial que remove delicadamente o gel vítreo de dentro do olho com aparelho chamado vitreófago e trata o olho com laser.
Como se previne a perda de visão?
Seguimento oftalmológico anual é essencial, especialmente recomendado para todos os pacientes idosos (>60 anos) e diabéticos (especialmente os insulinodependentes, tipo 1, com diabetes MODY ou com diabetes há muitos anos).
A diabetes é uma grande causa de perda de visão e cegueira devido: retinopatia diabética proliferativa e não proliferativa, risco de catarata, risco de edema macular diabético.
Panfotocoagulação de Retina (PFC) para Retinopatia Diabética Proliferativa e Hemorragia Vítrea.
O que a panfotocoagulação de retina?
É um excelente tratamento para a Retinopatia Diabética Proliferativa que usa laser para tratar a neovascularização e evitar complicações graves.
Como funciona a pantofocoagulação?
O tratamento causa pequenas queimaduras na retina de maneira a reduzir o consumo de oxigênio da retina e assim diminuir ou eliminar a neovascularização de retina.
Quando é indicada a panfotocoagulação de retina?
É indicada na Retinopatia Diabética Proliferativa ou Retinopatia Diabética Não Proliferativa Grave.
Como se trata?
Realizado de maneira ambulatorial em três sessões habitualmente. É um tratamento seguro, eficaz e pouco doloroso.
Erros Refrativos: Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo
O que são os erros refrativos?
São condições comuns na população e causam dificuldade de enxergar.
Quais os tipos de erro refrativo?
Miopia: dificuldade para ver de longe.
Hipermetropia: dificuldade para ver de perto.
Astigmatismo: dificuldade para ver de longe e de perto.
Quais os sintomas dos erros refrativos?
Cansaço ao ler, dificuldade de ler, embaçamento na visão, distorção ao ler textos, luzes que se "espicham" ou que formam "raiados".
Como se tratam os erros refrativos?
São corrigidos com óculos, lentes de contato ou cirurgia de grau.
Nas crianças o tratamento do grau e estrabismo (se associado) deve ser realizado o quanto antes se indicado, pois se feito tardiamente pode ocasionar perda de visão irreversível (ambliopia).
Indica-se o exame de grau para as crianças a partir de 6 meses de vida e antes (1 mês) para as prematuras. O exame de grau deve ser repetido todo ano. Isto além do teste do olhinho da maternidade.
Importância do seguimento oftalmológico:
O acompanhamento do grau é muito importante e deve ser realizado anualmente para a maioria dos pacientes.
Nas crianças hoje existem diversas opções de controle e tratamento da miopia progressiva: lentes de contato especiais da Coopervision, óculos com lentes especiais da Zeiss e da Hoya e colírios que diminuem o ritmo de progressão da miopia (à base de atropina diluída).
Oclusão da artéria central da retina e seus ramos e oclusão de veia central da retina e seus ramos.
O que é a oclusão da artéria central da retina?
É o fechamento da artéria central da retina que alimenta a porção interna da retina.
Sinais: Há palidez intensa da retina (foto acima) acometida inicialmente, com a mácula em tom cereja (cherry red spot). Há defeito aferente relativo associado.
Em 40% dos casos pode ser possível visualizar êmbolo gorduroso nas arteríolas da retina.
Tardiamente a retina pode parecer normal ao fundo de olho.
O que é a oclusão da veia central da retina?
É o fechamento da veia central que alimenta a porção interna da retina. Há aumento da tortuosidade da retina e risco de sangramento associado.
Quais os sintomas das oclusões de vasos retinianos?
Ocorre de maneira súbita, é mais comum à noite e causa perda grave e rápida da visão.
Estas patologias acometem mais os idosos, especialmente os diabéticos, hipertensos e obesos.
As oclusões ocorrem de maneira muito mais frequente nos pacientes com aumento da pressão dos olhos (hipertensão ocular e/ou glaucoma).
Como se tratam as oclusões de vasos retinianos?
Oclusão da Artéria Central da Retina: emergência médica se identificado nos primeiros 240 minutos (idealmente nos primeiros 90 minutos) - deve ser encaminhado para o PS, é considerada uma forma ocular do acidente vascular cerebral (AVC).
A redução da pressão intraocular e a massagem ocular podem ser tentados no evento agudo.
A forma arterítica da patologia é causada por: vasculite auto-imunes como a arterite de células gigantes e pode causar a morte do paciente se não diagnosticada rapidamente.
Oclusão da Veia Central da Retina: na maioria dos casos trata-se com injeção intraocular de antiangiogênicos para melhorar o edema de mácula e tratar o glaucoma neovascular que ocorre após 2-3 meses do evento ("glaucoma dos 100 dias)".
Quais as complicações tardias destas oclusões?
Seguimento oftalmológico próximo é essencial para se procurar edema macular e devido ao risco muito aumentado de glaucoma neovascular após os eventos vasculares.
A triagem anual com medida da pressão dos olhos, fundo de olho e retinografia é excelente para captar sinais iniciais de risco aumentado de evento vascular.
O controle da pressão intraocular é essencial para se prevenir esta patologia.
Importância do seguimento cardiológico e neurológico:
Nestes casos é essencial avaliação cardiológica e neurológica complementar, pois o paciente pode estar sob risco aumentado de outras doenças cardiovasculares (infarto, AVC, morte súbita) e/ou de vasculites auto-imunes..
Alta Miopia (Miopia Degenerativa)
O que é a alta miopia?
Forma especial de miopia degenerativa, ou seja, miopia que continua a aumentar de maneira incessante.
Considera-se alta miopia os pacientes com mais do que -4,50 a -6,00 dioptrias (graus) de miopia.
Quais os sintomas da miopia degenerativa ou alta miopia?
Aumento frequente e rápido do grau de óculos (esférico) do paciente.
Quais os riscos da alta miopia?
Descolamento de Retina, Rasgos de Retina e Lattice: o risco destas alterações de retina é muito aumentado nestes pacientes, que devem ser submetidos à mapeamento de retina anual para prevenção do DR.
Risco aumentado de Glaucoma: o glaucoma ocorre de maneira mais frequente nos míopes.
Alterações dos músculos extraoculares com estrabismo devido alta miopia: o "escorregamento" dos músculos extraoculares pode causar estrabismo nos pacientes com elevada miopia.
Risco de maculopatia miópica e membrana neovascular por alta miopia: estas alterações do centro da visão podem comprometer ainda mais a visão do alto míope.
Veja acima foto de grande angular mostrando fundo de alta miopia com fundo miópico (tigrado), nervo óptico inclinado (tilted), maculopatia miópica, atrofia do eepitélio pigmentar da retina.
Quais as complicações tardias destas oclusões?
Seguimento oftalmológico próximo é essencial para se manter a vigilância contra complicações que podem ocorrer de maneira mais comum no alto míope.
A triagem anual com medida da pressão dos olhos, mapeamento de retina e retinografia é excelente para captar sinais iniciais de risco aumentado de complicações decorrentes da alta miopia
Glaucoma - Grande causa de Cegueira no Brasil e no Mundo
O que é o Glaucoma?
Doença do nervo óptico que causa perda de visão progressiva. Pode ser agudo (rápido) ou crônico (lento).
É muito comum nos idosos (>60 anos).
Quais os sintomas do glaucoma?
Inicialmente é assintomático, mas causa perda progressiva da visão periférica e eventualmente cegueira se não tratado.
Como diagnosticar o glaucoma?
Medir a pressão dos olhos (tonometria de goldmann ou de sopro), exame de campo visual, exame de OCT da camada de fibras nervosas e camada de células ganglionares (tomografia de coerência óptica), exames do fundo do olho (retinografia, mapeamento de retina e fundoscopia).
Fechamento Angular, Risco de Fechamento Angular e Glaucoma de Ângulo Fechado:
Situação Especial em que é necessário abrir o ângulo de drenagem do humor aquoso através do tratamento de iridotomia com Yag-Laser. Ocorre com mais frequência nos pacientes hipermétropes, com olhos menores e nos portadores de catarata mais velhos.
Como tratar o glaucoma?
Colírios para reduzir a pressão dos olhos, laser seletivo para reduzir a pressão dos olhos (SLT), cirurgias para glaucoma (trabeculectomia), iStent, iridotomia à yag laser para o fechamento angular ou risco de fechamento angular e outros tratamentos.
Clique na imagem ou aqui para ler nosso artigo e saber mais sobre o glaucoma.
Conjuntivite Viral, Bacteriana e Alérgica.
O que é conjuntivite?
É a inflamação da conjuntiva dos olhos. Geralmente é autolimitada. Geralmente se pega tocando um objeto contaminado (maçanetas, portas, mesas).
Quais os sintomas?
Olho vermelho, inchaço da conjuntiva, secreção ou lacrimejamento, "remelas" pela manhã, sensação de "olhos grudados" ao acordar, irritação dos olhos, inchaço das pálpebras, fotofobia (incômodo com a luz).
Quais as causas?
Infecciosa é a mais comum (>95% vírus, 5% bacteriana), pode ser atópica/alérgica (em crises ou crônica), pode ser tóxica.
Como tratar a conjuntivite?
Compressas frias, colírio lubrificante, descanso, afastamento do trabalho/escola (nas infecciosas) para evitar contágio.
Na conjuntivite bacteriana deve-se usar antibiótico e lubrificante ocular.
Nas conjuntivites virais moderadas à severas o oftalmologista pode indicar corticóide colírio.
Na conjuntivite alérgica se trata a causa de alergia e usa-se colírios antialérgicos.
Nos três tipos de conjuntivites: deve-se usar colírios lubrificantes (lágrima artificial) para umedecer os olhos.
É importante não coçar os olhos.
Porquê devemos usar óculos escuros?
Nesta entrevista em vídeo o dr. Lucca Ortolan fala sobre a importância do uso de óculos escuros.
Porquê usar óculos escuros?
Devemos usá-los pois a radiação ultravioleta proveniente do sol e de lâmpadas pode causar danos irreversíveis aos olhos e pálpebras.
Quais os riscos da exposição à radiação ultravioleta para os olhos?
Catarata, crescimento de carne esponjosa (pterígio), envelhecimento precoce das pálpebras, tumores de superfície do olho e da pele das pálpebras (carcinoma escamoso celular (CEC), carcinoma basocelular (CBC), alterações de retina (maculopatia solar).
Quais ambientes de maior risco?
Praia, horário de intensa radiação solar (10-16 hs), neve, direção de automóveis e motos em rodovia asfaltada.
O óculos de grau normal pode ter proteção ultravioleta?
Mesmo o óculos de lente clara pode ter proteção ultravioleta, é ideal para proteção do paciente. Sempre peça proteção UVA e UVB em seus óculos de grau.
Moscas volantes na visão.
O que são as moscas volantes?
Pequenas partículas no gel do olho podem causar o aparecimento de pequenas manchas na visão de variados formatos (linhas pequenas irregulares, pontos, "vírgulas").
Quando se notam as moscas volantes?
Geralmente no ambiente claro, com fundo branco ou azulado. Como na praia ao se olhar para o céu, ou ao se olhar para uma parede.
As moscas volantes causam mal?
Para a maioria dos pacientes as moscas volantes não causam mal.
Porém, o aparecimento de novas moscas volantes, alterações visuais como flashes de luz (fotopsias), aumento do número de moscas volantes indica realização de consulta oftalmológica com mapeamento de retina.
O aparecimento de moscas volantes centrais pode ser sintoma de um Descolamento do Vítreo Posterior, ou de um Descolamento de Retina.
Descolamento de Retina e Rasgos na Retina
O que é o Descolamento de Retina?
O descolamento de retina é uma urgência oftalmológica, no qual a retina se solta da camada abaixo dela (coróide).
Quais os sintomas do Descolamento de Retina?
Perda de visão periférica ou central; mancha escura na visão que flutua e encobre a visão periférica; flashes de luz coloridos ou brancos (que ocorrem por diversos minutos, de olho aberto ou fechado).
Quais os fatores de risco para descolamento de retina?
Alta miopia, hábito de coçar os olhos, desacelerações bruscas, trauma, descolamento de vítreo posterior, antecedente familiar de descolamento de retina, diabetes mellitus, retinopatia diabética proliferativa, uveíte prévia, toxoplasmose ocular e outros.
Como tratar o descolamento de retina?
Para os casos subclínicos/iniciais o tratamento e a prevenção podem ser realizados com fotocoagulação à laser como na foto acima de um tratamento de descolamento de retina com rotura em ferradura tratado apenas com laser (pontos brancos) pelo dr. Lucca Ortolan.
Nos casos de descolamento de retina maiores pode ser realizado: tratamento com injeção de gás e laser (rasgos superiores e DR pequeno), cirurgia de introflexão escleral (rasgadura única ou agrupadas), cirurgia de vitrectomia posterior com gás ou óleo.
O que devo fazer se suspeito de DR?
Nos casos de manchas escuras na visão, perda de visão súbita, flashes coloridos ou brancos, novas manchas volantes deve-se procurar o médico oftalmologista o quanto antes para avaliar o caso e diagnosticar a doença.
No caso do Descolamento de Retina (DR) o tratamento rápido pode preservar a visão do paciente.
Crosslinking para Ceratocone
O que é o Crosslinking da Córnea para Ceratocone?
Tratamento que previne a piora do Ceratocone progressivo (em piora).
Funciona ao fortaceler a córnea usando radiação ultravioleta especial e colírio com a vitamina RIBOFLAVINA.
O tratamento causa uma reação duradoura de ligação cruzada (crosslinking) no tecido da córnea (no estroma).
Quais os malefícios da Progressão?
Aumento da curvatura da córnea com aumento do grau e piora da visão.
Risco de Hidropsia com cicatrização da córnea e perda de visão.
Piora da visão não corrigida.
Piora da visão com óculos, lentes de contato comuns e especiais.
Necessidade de eventual custoso transplante de córnea.
Quais os fatores de risco para progressão?
Hábito de coçar os olhos, piora recente do ceratocone.
O olho com ceratocone mais avançado geralmente tem maior risco de progressão.
Até 20% dos pacientes com ceratocone tem progressão rápida.
O que fazer no ceratocone progressivo?
O crosslinking corneano é indicado muitos pacientes nesta situação e pode tratar a doença e evitar a piora continuada da visão.
Como é o crosslinking?
Tratamento com o protocolo moderno é mais rápido e leva apenas meia hora para cada olho.
É feito com sedação local, baixos riscos e grandes taxas de sucesso (>95%).
É indolor, rápido e seguro tratamento para o ceratocone que está piorando.
Não é indicado para os pacientes com a córnea muito fina, portanto não espere demais para procurar ajuda especializada.
O dr. Lucca Ortolan é especialista no tratamento do ceratocone, agende sua consulta conosco para avaliar seu caso.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI ou AMD) e Membranas Neovasculares de Retina (Alta Miopia e outras).
O que é a DMRI e as membranas neovasculares de retina?
A doença macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença hereditária de retina que causa acúmulo de materiais tóxicos do metabolismo na retina (espécie de gordura) e/ou proliferação de vasos "ruins" na coróide e na retina que vazam ou sangram.
Como diagnosticar a DMRI?
Com o exame de fundo de olho (fundoscopia, mapeamento de retina ou retinografia).
Indica-se realização de OCT (tomografia de coerência óptica de mácula) para estudar melhor a retina e a coróide e avaliar se trata-se de forma seca ou úmida da doença.
A angiofluoresceínografia e o angioOCT podem ser usados para estudar a vasculatura da retina de maneira complementar.
Quais os sintomas de DMRI?
A doença atinge predominantemente os idosos, tem componente hereditário e inicialmente é assintomática.
As drusas podem ser o primeiro sinal da doença.
Geralmente a doença é bilateral e causa perda da visão central (área mais nobre usada para leitura).
Como se trata?
Tratamento da Forma seca da DMRI: tratamento com suplementação para retina especial (AREDS 2), novos tratamentos para atrofia geográfica (novidade).
Tratamento da Forma úmida da DMRI: tratamento com injeções intraoculares de antiangiogênicos.
Sangramentos submaculares, demais membranas neovasculares ativas de retina: injeções intraoculares com antiangiogênicos.
Como se previne a perda de visão?
Seguimento oftalmológico anual é essencial, especialmente para os pacientes idosos (>60 anos).
A DMRI é muito comum na idade avançada e é grande causa de cegueira mundialmente.
Quanto mais idoso maior a chance de ter DMRI.
Até 1/4 dos idosos acima de 80 anos podem ter DMRI.
A triagem anual com fundo de olho e retinografia é excelente para captar sinais iniciais (drusas).
Casos especiais:
Na alta miopia, diabetes, casos familiares da DMRI pode haver proliferação neovascular e risco de perda visual mesmo em pacientes mais jovens, é essencial cuidar dos olhos.
Retinopatia Diabética Não Proliferativa e Proliferativa
O que é a Retinopatia Diabética?
É a doença do fundo do olho - da retina, ocasionada pela diabetes de longo prazo (geralmente 10-20 anos de doença).
Geralmente atinge os dois olhos e é grande causa de cegueira mundial.
Quais os tipos de Retinopatia Diabética?
1)Retinopatia Diabética Não Proliferativa (RDNP).
Nesta forma notam-se áreas de pequenos infartos da retina (exsudatos algodonosos), áreas de exsudação de gordura (lipídios - exsudatos duros), alteração vasculares: aparecem as chamadas IRMAs, afilamentos dos vasos, tortuosidade aumentada dos vasos do fundo de olho.
2)Retinopatia Diabética Proliferativa (RDP).
Forma mais severa da doença- aqui há proliferação/aparecimento de pequenos vasos doentes (neovasos) que causam frequentemente: inchaço/edema da mácula e/ou sangramento de retina e/ou do vítreo (leia mais sobre a hemorragia vítrea aqui).
Como se diagnostica a Retinopatia Diabética?
Com o exame anual de fundo de olho (fundoscopia, mapeamento de retina ou retinografia).
Indica-se realização de OCT (tomografia de coerência óptica de mácula) para avaliar se há presença de edema macular diabético associado.
A angiofluoresceínografia e o angioOCT podem ser usados para estudar a vasculatura da retina de maneira complementar.
Quais os sintomas de Retinopatia Diabética?
A doença atinge predominantemente diabéticos de longa duração que usam insulina, tem certo componente hereditário e inicialmente é assintomática.
Com o avançar da doença há perda de visão e cegueira eventual se não tratada.
Quais as complicações da Retinopatia Diabética?
Risco de hemorragias no fundo do olho, catarata associada, edema de mácula diabético e eventos vasculares do fundo de olho (oclusão de veia central da retina e oclusão de artéria central da retina).
Como se trata a Retinopatia Diabética?
Tratamento da Forma Não Proliferativa: controle rígido da diabetes, dieta com nutricionista, seguimento endocrinológico, tratamento da pressão alta e do sobrepeso se associados, exercício físico regular.
Tratamento da Forma Proliferativa: panfotocoagulação da retina, pode ser realizada injeção intraocular com antiangiogênicos e demais tratamentos da forrma não proliferativa (modificação de estilo de vida).
Tratamento do Descolamento de Retina Tracional associado: se ameaça a mácula há indicação de vitrectomia.
Sangramentos submaculares: injeções intraoculares com antiangiogênicos.
Tratamento de Hemorragia Vítrea associada - ler aqui.
Tratamento do Edema Macular Diabético: injeção intravítrea com antiangiogênico.
Como se previne a perda de visão?
Seguimento oftalmológico anual é essencial, especialmente para os pacientes idosos (>60 anos).
A triagem anual com fundo de olho, mapeamento de retina e retinografia é excelente para captar sinais iniciais da retinopatia diabética.
Presbiopia: dificuldade de enxergar para perto.
O que é a presbiopia?
É a dificuldade de enxergar para perto que ocorre após os 40 anos de idade na maioria da pessoas.
Porquê acontece?
Ocorre devido a diminuição do poder de acomodação do olho decorrente do envelhecimento do olho humano.
Como diagnosticar a Presbiopia?
Através do exame de Refração com seu médico oftalmologista.
Quais os sintomas da Presbiopia?
Dificuldade de leitura intermitente inicialmente e depois permanente, necessidade de afastar o material de leitura ("braço-curto"), necessidade de aumentar a fonte do material de leitura ("dar zoom ou aumentar a letra").
Os sintomas são piores no escuro e no fim do dia.
Como se trata?
Uso de óculos para perto: opção que permite o maior campo de visão para perto.
Uso de óculos multifocais: ótimos para quem tem dificuldade para longe e para perto. Requer adaptação inicial para se acostumar.
Lentes de contato multifocais: excelente para quem quer independência dos óculos.
Lentes de contato em sistema monovisão: excelente para quem quer independência dos óculos, pouco pior que o sistema multifocal, mais baratas que as multifocais.
Cirurgia de catarata com implante de lente intraocular trifocal ou foco estendido: excelente para quem quer independência dos óculos, para os altos hipermétropes e para aqueles com mais de 55-65 anos. Leia mais em nosso artigo sobre catarata.
Doença de Stargardt
O que é doença de Stargardt?
É a doença hereditária de Retina mais comum de alteração de um único gene (ABCA4). Esta mutação causa perda da produção de uma das proteínas que lida com os restos metabólicos da Vitamina A (ciclo do retinol).
O acúmulo deste material lipídico tóxico causa a cegueira central típica da doença devido a perda das células do centro da visão (mácula).
Quais os sintomas da Doença de Stargardt?
Alteração da Visão de Cores.
Perda da acuidade visual central.
Sensibilidade aumentada à luz.
Tempo grande para se adaptar ao claro ou ao escuro.
Pontos escuros ou manchas no centro da visão.
Como diagnostica a doença de Stargardt?
Tomografia de Coerência Óptica de Mácula: exame detalhado que usa a luz para detalhar a retina.
Eletrorretinograma: atividade elétrica da retina é alterada nesta doença.
Teste de Visão de Cores: há alteração da visão de cores nesta doença tipicamente.
Fotografia do Fundo de Olho: existem manchas amareladas chamadas de Specks nesta doença na região central da visão (mácula).
Teste Genético - Painel Retinopatias: é capaz de diagnosticar exatamente qual mutação no gene ABCA4 causou a doença de Stargardt.
Tratamento de Stargardt:
Seguimento oftalmológico próximo é essencial para se acompanhar a condição
Usar óculos escuros e chapéu para se proteger do sol.
Evitar consumo excessivo de Vitamina A.
Evitar tabagismo e tabagismo passivo (ficar perto de fumantes).
Retinose Pigmentar
O que é a Retinose Pigmentar?
Doença hereditária que causa perda de visão progressiva e eventualmente cegueira. Acomete prefencialmente as células da retina chamadas de bastonetes.
Quais os sintomas da retinose pigmentar?
Inicialmente é assintomática. Depois ocorre perda visual especialmente no escuro já na infância (nictalopia), com perda de contraste relevante. Eventualmente há perda da visão periférirca e por fim diminuição da visão central.
Como se diagnostica a retinose pigmentar?
Avaliação do Histórico Familiar.
Exame de Fundo de Olho Anual Preventivo: notam-se os achados denominados espículas ósseas na periferia da retina.
Eletrorretinograma Multifocal - há diminuição progressiva da atividade elétrica da retina.
Retinografia do fundo de olho.
Mapeamento de Retina.
Exame Genético - Painel de Retinopatias.
Qual o tratamento da retinose pigmentar?
Hoje existe tratamento para uma forma da RP, a RP-65. Ele é realizado com o tratamento genético chamado Luxturna, um avanço tecnológico incrível.
Apesar disto, o tratamento é pouco acessível e muito custoso.
A expectativa é de que novos tratamentos deste tipo e de células troncos devam aparecer nos próximos anos e permitir tratar outras formas da doença e casos avançados.
Quais as complicações tardias destas oclusões?
Seguimento oftalmológico próximo é essencial, pois complicações ocorrem mais frequentemente nos pacientes portadores como alterações maculares e risco aumentado de catarata precoce.
Artigos mais Acessados
Escritos pelo Dr. Lucca Ortolan Hansen - Médico Oftalmologista da USP.
Veja abaixo os principais artigos de educação para os pacientes oftalmológicos da Ortolan Oftalmologia, clique nas imagens para acessar os artigos que lhe interessam.
Veja todos nossos artigos clicando aqui.
Veja nossa página sobre Doenças Oftalmológicas clicando aqui.