A conjuntivite causa olho vermelho e é uma das principais causas de visitas ao consultório oftalmológico.
O paciente idealmente deve ser avaliado por médico oftalmologista para diagnóstico correto da conjuntivite, orientações de tratamento e para afastamento de suas atividades laborais no caso das conjuntivites transmissíveis.
Quais os principais tipos de conjuntivite existem? Como tratar a conjuntivite?
1)Conjuntivite Viral: a conjuntivite viral é causada pela infecção de vírus.
Sintomas: quadro de vermelhidão ocular, secreção amarelada ou aquosa, incômodo ocular, coceira nos olhos, lacrimejamento, ardência, coceira.
Geralmente acomete ambos os olhos, mas pode-se iniciar por um dos olhos. É facilmente transmitida entre as pessoas pelo contato.
Como se pega a conjuntivite viral?
As partículas virais podem ficar por diversos dias em objetos do cotidiano como maçanetas, botões, canetas e afins. Assim, a transmissão pode ser sorrateira, pois não necessariamente o paciente precisa ter contato direto com outra pessoa contaminada.
Esta doença pode causar verdadeiras epidemias, especialmente em ambientes fechados como escolas, igrejas, ambiente militar, shoppings, grandes eventos (carnaval, eventos de rua, jogos universitários, cinemas, shows, jogos de futebol e mais). A higiene de mãos é essencial para evitar a transmissão. Geralmente é autolimitada. É importante sua avaliação por oftalmologista para confirmação diagnóstica, indicação do melhor tratamento.
Qual o tratamento da conjuntivite viral?
O tratamento da conjuntivite viral geralmente é realizado com o uso de compressas geladas/frias, lubrificação dos olhos com lágrimas artificiais tipo colírio. Nos casos mais intensos, com aparecimento de pseudomembranas ou sintomas mais sérios pode ser indicado o uso de corticoesteróides fracos tipo colírio (corticóides) como o Flutinol, Florate, Ster MD, Prednisolona colírio, Fluormetolona colírio.
O uso deste tipo de colírio não deve ser idealmente indicado nos casos leves pois pode causar aumento da replicação viral por diminuição da resposta imune.
Este tipo de conjuntivite quando ocasionada por certas cepas epidêmicas de vírus (como o adenovírus que pode causar a ceratoconjuntivite epidêmica) pode ser muito intensa e causar grande reação inflamatória. A córnea deve ser idealmente avaliada através do uso de colírio corante especial laranja (fluoresceína) para avaliar possível existência de pequenas feridas (desepitelizações pontuais) na lâmpada de fenda.
Quais as complicações da conjuntivite viral?
A reação inflamatória exacerbada pode causar o aparecimento de pseudomembranas e após a cura da conjuntivite pode causar o aparecimento dos chamados infiltrados subepiteliais que podem causar perda de visão (são espécies de pontos brancos que aparecem na córnea do paciente).
2)Conjuntivite Bacteriana: a conjuntivite bacteriana é causada por bactérias e deve ser tratada idealmente com o uso de antibióticos tópicos tipo colírios como Maxiflox-D, Ciprofloxacino, Ofloxacino, Cylocort, Tobrex, Tobramicina e afins. É comumente diagnosticada de maneira errônea (geralmente trata-se da conjuntivite viral que é diagnosticada como bacteriana). Causa olho vermelho, secreção purulenta em quantidade moderada ou grande, incômodo ocular, lacrimejamento. Pode ser unilateral ou bilateral. É mais rara do que a conjuntivite viral. Sua transmissão é mais limitada do que a forma viral. A higiene de mãos é importante para evitar a transmissão.
3)Conjuntivite Alérgica: geralmente ocorre após exposição à fator ambiental ao qual o paciente é alérgico, muito comum em pacientes com rinite e sinusite alérgica, pode ocorrer de maneira perene (durante todo o ano, de forma crônica), ou de forma sazonal (apenas em certas estações como o inverno ou a primavera).
Causa:
Pode ser ocasionada por exposição ao pólen, mas no Brasil é mais comumente associada à exposição de poeira, pó, ácaros, pelo de gato ou cachorro, fungos e outros alérgenos.
Sintomas: Geralmente é bilateral e causa muita coceira. Pode causar lacrimejamento, fotofobia e dificilmente é associada à secreção purulenta. Porém, pode haver o aparecimento de filamentos de muco em casos mais intensos.
Tratamento: É geralmente tratada com uso de colírios antialérgicos tópicos como Octifen, Lastacaft, Patanol S e outros. Pode ser realizada compressas geladas.
4)Conjuntivite Tóxica ou Conjuntivite Irritativa: comumente causada pela exposição à agentes tóxicos como a fumaça de cigarro, poluição, cloro, tintas, produtos de limpeza e afins. É mais incomum que as demais, porém pode ser diagnosticada através da história clínica (anamnese).
5)Conjuntivite traumática
A conjuntivite traumática é uma inflamação causada por uma lesão, como um arranhão ou soco no olho.
6)Conjuntivite Atópica e Ceratoconjuntivite atópica: geralmente ocorre em pacientes que tem atopias - Asma (bronquite asmática) e dermatite atópica.
Na conjuntivite atópica é essencial tratar as outras atopia com ajuda de equipe multidisciplinar como o pediatra, pneumologista (asma) e dermatologista (dermatite atópica) e alergoimunologista.
Prevenção
Para ajudar a prevenir a conjuntivite, é importante:
Evitar o contato com alérgenos, como pólen, poeira, pelos de animais e produtos químicos.
Lavar as mãos com frequência, especialmente após usar o banheiro ou tocar em animais.
Usar lentes de contato de acordo com as instruções do fabricante.
Usar protetores oculares ao trabalhar com produtos químicos ou realizar atividades que possam causar lesões nos olhos.
Dr. Lucca Ortolan Hansen
Oftalmologista formado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
CRM 177.002
Saiba mais sobre o Dr. Lucca Ortolan Hansen e sua trajetória: https://www.ortolanoftalmologia.com.br/sobre
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Fonte para leitura complementar: https://eyewiki.org/Conjunctivitis - A EyeWiki (em inglês) é da Academia Americana de Oftalmologia (AAO) e é uma fonte confiável e verificada de informações oftalmológicas.
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